Em abril de 2020, no auge da pandemia, publicamos um artigo intitulado: “Depois do “novo normal”, virá o “novo natural” , que nasceu a partir de uma provocação do amigo Henrique Guterres. Dois anos se passaram e, refletindo sobre o que mudou desde então, os novos comportamentos que transformaram os vários aspectos do trabalho, pensando no novo contexto do franchising e do mercado de consumo, defendo ainda a mesma ideia de que aquilo que vai fazer a diferença será o “novo natural”. Ou seja, tudo o que vem da essência, da nossa natureza, que está ligado aos nossos valores e crenças – e não somente o que vem das “normas” (normal: regras, fiscalização). E o que seria exatamente isso?

Explicamos na ocasião que quando as pessoas internalizam (e acreditam) que determinada situação é melhor para elas e para as pessoas ao seu redor, mais naturalmente o fazem. E acreditamos ser muito importante a gente se focar naquilo que naturalmente as pessoas e empresas irão fazer após o pós-pandemia. Este será, de fato, o nosso futuro.

A nossa proposta é que essa reflexão possa ajudar a gente na busca de novas soluções para os nossos clientes (e de fato estamos vislumbrando novos modelos de negócios sendo formatados, novas propostas de acesso ao cliente), no empenho em alcançar a excelência na gestão dos negócios consolidados em redes, e também para o desenvolvimento do franqueado de alta performance (capacitação, aprendizagem contínua), e do seu empoderamento. E o que tem norteado nossas condutas?

Sabemos que o suporte remoto ao Franqueado já era uma necessidade antes mesmo da pandemia, que serviu para quebrar as últimas resistências sobre essa nova forma de atuar, de se relacionar e de se comunicar. Hoje, mais do que antes, a gente sabe que os deslocamentos para as interações presenciais tomam uma grande parte do nosso tempo e principalmente da nossa energia. O trabalho remoto, uma questão cultural que atravessa nosso tempo, vai continuar a ser um grande desafio, mas não impossível de se realizar de maneira bem-sucedida, com foco nas pessoas e na cultura da rede.

Merecemos e devemos transformar os desafios vividos nesses dois anos em aprendizado sobre situações de crise. O que podemos evitar novamente ou o que vamos manter nas nossas essências?

Por exemplo, durante a pandemia e a crise econômica que sucedeu, aprendemos na prática e de forma bastante dolorida, a diferença entre caixa e lucro – empresas podem viver anos sem lucro, mas não vivem meses sem caixa. E muitas empresas compreenderam também a necessidade de oferecer, de forma contínua, programas de aprendizagem e de desenvolvimento, com trilhas focadas em competências técnicas e socioemocionais (Hard Skills e Soft SKills). Isso porque o contexto de mudanças aceleradas requer atualização constante. São práticas que aprendemos e devemos buscar manter.

O novo natural nos ensina que devemos persistir na busca por uma gestão de resultados eficiente, na formação de um time que tem fit cultural com o nosso negócio, que  é hora de fazer com, junto, é hora de fortalecer valores pessoais e da marca, a partir de boas estratégias que levam em conta as relações humanas e as novas configurações do mercado, da tecnologia, da cultura.

É preciso que a gente aja a partir das mudanças desse tempo atual, onde a velocidade das mudanças está por demais acelerada, onde a digitalização alcançou níveis outrora pensados como impossível, e o próprio “timing” das pessoas mudou, exigindo mais objetividade e ações mais assertivas. Daí, pensar em treinamentos relevantes, de qualidade (online ou presencial – porque a realidade já evidencia que as pessoas também estão ávidas pelo encontro, pela conexão humana), treinamentos focados nas estratégias do negócio, nos relacionamentos, nas interações, nos resultados, faz todo sentido.

Se a crise nos ensinou que é preciso ter continuidade e assertividade nas ações, este “novo natural” nos convida a investir e conhecer profundamente as pessoas – time e consumidor – e a trabalhar conforme a nova cultura deste tempo e a cultura do negócio para promover o crescimento dos negócios.

Neste tempo de pós-pandemia, as relações humanas tendem a se tornar mais cristalinas, íntegras, objetivas, afetivas e com muito mais tolerância e respeito às diversas perspectivas. E, diante de tantas novidades no comportamento, é bom termos em mente que o desaprender vai ser mais forte do que o aprender – ou seja, nós, líderes, precisamos definitivamente adotar uma nova mentalidade para o novo que chega.

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