Entre as competências socioemocionais que mais diferenciarão as lideranças e os resultados organizacionais, de agora em diante, está a capacidade de alavancar a diversidade. O que significa em linhas gerais, atingir o sucesso através e/com outros que são diferentes de nós. 

Entre as habilidades do(a) líder que possui essa competência, está a capacidade de ler os sinais sutis – não verbalizados da emoção nas pessoas que pertencem a grupos diferentes, estejamos falando de sexo, raça, nacionalidade, etnia, etc.  

Portanto, quando se fala em Diversidade & Inclusão, não se trata somente de criar o ambiente propício para que as pessoas se sintam bem-vindas e pertencentes ao time, mas de criar conexão emocional com elas, de forma que se possa perceber o que de melhor cada uma traz, a partir da sua visão e da sua forma de interagir com o mundo e o grupo, quebrando paradigmas equivocados, superando estigmas e preconceitos.

Outro aspecto importante a se considerar, é o que foi nomeado por Claude M. Steele de “ameaça de estereótipo”, o termo indica que alguns grupos estão sujeitos a distorções causadas por estereótipos que podem levar a uma expectativa de baixo desempenho que, embora não expressa, contamina uma organização, criando uma atmosfera que afeta as capacidades de trabalho de certas pessoas. De acordo com Goleman, expectativas desse tipo têm o potencial de causar níveis de perturbação que prejudicam gravemente a capacidade cognitiva.

Assim, uma análise bastante criteriosa dos times e do como esse grupo se relaciona com os diferentes, também é bastante importante. A confiança, o respeito e a equidade de oportunidades, precisam ser garantidas e/ou construídas, no caso de se perceber qualquer dificuldade de inclusão e garantia do ambiente necessário para o crescimento e a geração de oportunidades iguais para todas as pessoas.

Existe força na diferença, o que torna a capacidade de alavancar a diversidade uma competência cada vez mais crucial. 

Daniel Goleman

Com a perspectiva de inclusão de uma diversidade cada vez maior de pessoas nas empresas, necessitamos de uma percepção maior dos equívocos sutis que os estereótipos e o preconceito introduzem nos relacionamentos. Assim, a liderança, que é capaz de ler as pessoas e os ambientes com exatidão, sem as distorções de estereótipos emocionalmente carregados, pode e vai distinguir da média os que têm um desempenho de alto nível.

É mister destacar ainda que, impulsionar a diversidade também não pode ser uma ação míope visando “apenas” a representatividade – “é preciso questionar essa suposição – David Thomas e Robin Ely argumentam que isso pressupõe que a principal contribuição que os membros de grupos minoritários podem dar a uma cia é a utilização de sua sensibilidade, como alguém que pertence ao grupo, para ajudar a cia a atuar melhor em relação aos membros desse mesmo grupo.” Daniel Goleman – Trabalhando com a IE Pg. 174.

Diferentes pessoas trazem consigo conhecimentos e perspectivas diferentes, importantes e relevantes do ponto de vista competitivo, sobre como de fato fazer o trabalho, ou seja, como delinear procedimentos, atingir metas equacionar tarefas criar equipes eficazes, transmitir ideias e liderar.

Daniel Goleman

Veja esse exemplo interessante de um escritório de advocacia americano que contratou uma advogada de origem hispânica, considerando apenas o aspecto da representatividade – Através da sua atuação e perspectivas, ela trouxe uma nova maneira de pensar a atividade básica da firma. O que acabou expandindo seu campo de atuação para além os direitos das mulheres, passando a tratar também de litígios contestando políticas relacionadas com o uso obrigatório do inglês.

Depois dessa contratação, à medida que outros profissionais “não-brancos” entravam no escritório, o trabalho foi se modificando cada vez mais. Nas palavras de um dos principais sócios: “eles ampliaram nossas noções sobre o que eram questões relevantes e como equacioná-las de maneira criativa. Essas ideias nunca teriam sido adotadas por um time composto só de brancos”.  

Bem, esse tema merece mais conversas por aqui! Por hora é isso que gostaríamos de compartilhar sobre o tema do “alavancamento da diversidade”.

Aproveitando… como você percebe essa competência em você, no seu time, ou na sua organização como um todo? Quanto se utiliza da cultura da confiança, do ouvir e da colaboração, para diferentes vozes e ideias sejam ouvidas e consideradas? Como você percebe esse tema sobre a Diversidade & Inclusão na sua empresa? 

 

CYNARA BASTOS – Facilitadora de Aprendizagem da Praxis Business. Psicóloga e especialista em desenvolvimento humano.

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