Ousadia ou prudência? Autonomia ou Controle? Como lidar com as demandas urgentes de novas habilidades comportamentais na gestão?

Várias características diferenciarão os líderes que conseguirão progredir. Eles terão um profundo conhecimento do mundo que os cerca. Não poderão nunca parar de aprender. Serão extremamente flexíveis e rápidos na adaptação às mudanças das condições. Mas talvez o mais importante de tudo, exercerão a liderança com uma postura positiva e inspiradora dando confiança a seus seguidores.

Bossidy & Charan

O mundo em constante transformação, com desafios cada vez maiores e diversos, tem demandado uma enxurrada de competências socioemocionais, ou soft skills.

Adaptabilidade, visão, pensamento crítico, empatia, inteligência social, flexibilidade cognitiva, autoconhecimento, autoconsciência, a lista não termina nunca. E só aumenta.

Nesse sentido, verificamos muitas pessoas perdidas entre o que parece bom e o que parece ruim, como se uma competência devesse suplantar outras e especialmente o seu oposto, quando na verdade, o que vale é saber equilibrar essas qualidades de acordo com a necessidade, o momento, a situação.

No texto publicado na HBR, intitulado Why leaders dont embrace the skills they´ll need to the future, os autores mencionam essa questão:

A maioria de nós tende a ver os opostos de uma forma binária. Se um é bom, o outro deve ser ruim. Por meio dessa lente, a única alternativa à prudência é a imprudência. Se você não está sendo prático, você está sendo irreal. Ambos convidam ao fracasso. Além disso, se você valoriza uma qualidade como a prudência, é fácil confundir seu oposto positivo – ousadia – com seu oposto negativo – imprudência, que é precisamente contra o que a prudência se destina a proteger.

É o que acontece por exemplo com a delegação. Muitas lideranças têm errado ao delegar, sem supervisão, pessoas que ainda não estão preparadas para determinados desafios. A autonomia é importante para gerar engajamento, inovação, colaboração. Mas se tratada de forma irresponsável, pode ser “um tiro no pé”.

Quando questionamos o “comando e controle”, não quer dizer que a gestão deva perder de vista como o seu time está indo, como têm lidado com os desafios, como estão respondendo. O contrário do controle, nesse caso é delegação e confiança, mas isso não quer dizer deixar as pessoas à própria sorte. É sim, saber avaliar o nível de prontidão de cada um, para atribuir-lhes as atividades que estejam de acordo com suas capacidades. Claro, também é preciso desafiá-las, mas antes, deve-se estar claro qual é a tarefa e como a pessoa se sente em relação às suas atribuições.

O livro Execução – A disciplina para atingir resultados, nos chamou bastante atenção sobre o fato de que a liderança deve estar mais ligada à execução do que imaginamos. De acordo com os autores, são três os processos-chave da execução: estratégia, pessoas e operações. E para executar bem, eles também apontam que a liderança deve considerar os sete comportamentos:

  1. Conheça seu pessoal e sua empresa;
  2. Insista no realismo;
  3. Estabeleça metas e prioridades claras;
  4. Conclua o que foi planejado;
  5. Recompense quem faz;
  6. Amplie as habilidades das pessoas pela orientação;
  7. Conheça a si próprio(a).

Por fim, queremos destacar outra skill importantíssima, que também costuma ser vista de forma equivocada: a Inteligência Emocional (IE). Há quem acredite ter IE significa não ser impactado pelas suas emoções. Ou que significa ser bonzinho(a). Quando na verdade, o que ocorre é que a pessoa sabe reconhecer e lidar com suas emoções. Percebe como suas ações impactam os outros e sabe ler os sinais emocionais das pessoas. Além disso, tem um radar social apurado, sabendo tratar sobre temas sensíveis e utiliza da sua autoconfiança, para se posicionar mesmo em situações conflitantes. 

Leia aqui um pouco mais sobre IE: https://lnkd.in/dVRFRE4

No seu dia a dia, no trabalho e onde for, lembre-se: você não precisa escolher entre ousadia e prudência, praticidade e inovação, colaboração e autossuficiência, agilidade e consistência. O importante é perceber quando cada uma delas é necessária e agir de forma condizente ao que a situação demanda.

Bem, esse tema pode render outros textos, e merece! Mas agora pare para pensar: Como você está lidando com esses desafios acerca das habilidades comportamentais que são cada vez mais demandadas por esse mercado em constante transformação? Sua organização cuida do desenvolvimento contínuo do time? Você costuma buscar conhecimento e o desenvolvimento de novas habilidades independente do que a empresa lhe oferece?  

Link para o texto mencionado: https://hbr.org/2018/10/why-leaders-dont-embrace-the-skills-theyll-need-for-the-future

Livro: Execução: a disciplina para atingir resultados, Larry Bossidy e Ram Charan.

 

CYNARA BASTOS – Facilitadora de Aprendizagem da Praxis Business. Psicóloga e especialista em desenvolvimento humano.

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