Em todos os projetos de Team Building que trabalhei ao longo desse ano, uma coisa ficou muito clara: as pessoas são os tijolos, os relacionamentos o cimento. Quando vozes são ouvidas, os conflitos são produtivos, compromissos são firmados e a confiança é estabelecida, os times se fortalecem.

Nesse sentido, uma das maiores demandas que recebemos dos nossos clientes é a necessidade de fortalecimento do senso de grupo e de pertencimento. Quantos times estiveram trabalhando à distância e quantos foram inclusive formados nesse modelo? Ainda que possamos trabalhar muito bem de forma remota, ou nos formatos híbridos, a formação de vínculos não é fácil.

Aliás, diga-se de passagem, formar vínculos e gerar confiança, são aspectos primordiais nas relações e exigem dedicação intensa também no formato presencial.  

A maioria das dificuldades nas empresas pode se resumir ao que Patrick Lencione nomeou “Os cinco desafios das equipes”:

  1. Falta de confiança – caracterizada pela falta de coragem para expor suas vulnerabilidades, erros, dificuldades…
  2. Medo de conflitos – há uma harmonia artificial causada pela falta de vontade ou desconforto em dizer aquilo que se pensa, exatamente por não haver confiança.
  3. Falta de comprometimento – se não há confiança e as pessoas não expõem o que pensam e sentem, não há engajamento e muita ambiguidade.
  4. Evitar a responsabilização – não havendo confiança e engajamento, as pessoas não se sentem seguras ou à vontade, para cobrar dos colegas suas responsabilidades, mantendo assim, baixos padrões.
  5. Falta de atenção aos resultados – voltadas para status ou ego, as pessoas deixam de considerar o resultado coletivo e concentram-se apenas nas suas próprias realizações, ou naquilo que lhes convém.

 

O que forma times cada vez mais fortes, é a comunicação clara, investimento na franqueza empática, objetivos claros, relações e ambientes de confiança, segurança psicológica e desenvolvimento contínuo. É muita coisa não? E cada tópico desses se desdobra em muitos outros.

Exatamente por isso, as ações de Team Building não devem ser um encontro bimestral, trimestral ou anual e sim um programa, com ações claras e efetivas, que promovam a coesão, o pertencimento e o equilíbrio sistêmico do time, tema com o qual termino esse artigo!

Vivemos em sistemas. Por isso, estamos ou deveríamos estar conectados uns aos outros, entendendo como cada parte, cada área, cada pessoa se relaciona com a outra, criando as organizações sociais, familiares e empresariais às quais fazemos parte.

De um modo geral, não temos dado a devida atenção à importância do equilíbrio sistêmico, por exemplo. Observe uma questão “simples”: dar e receber. Quanto desequilíbrio pode haver nesse âmbito? Quanto você tem ofertado? O que você tem para oferecer? O que você oferece efetivamente? Em contrapartida, o que você espera receber? O que tem recebido?

Observe se esse equilíbrio está sendo observado e preservado. Você dá mais ou menos do que poderia? Recebe mais ou menos do que tem entregado? Se a balança não estiver equilibrada, faça sua parte e provoque as pessoas a fazer o que lhes cabe.

Nos projetos de Team Building que temos conduzido, é possível perceber que há muitos recursos escondidos, prontos para serem acessados e partilhados. Mas às vezes as pessoas não percebem. Ficam cada qual no seu mundinho, ou na sua caixinha e perdem a oportunidade de usar toda a sabedoria coletiva para resultados muito melhores!

 

CYNARA BASTOS – Facilitadora de Aprendizagem da Praxis Business. Psicóloga e especialista em desenvolvimento humano.

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